quinta-feira, 21 de abril de 2011

Solidão

   Desde os primórdios da história humana  nos reunimos em agrupamentos. Além de atender a  natureza gregária dos homens, os grupos ofereciam maiores probabilidades de sobrevivência tanto no que dizia respeito à reprodução quanto na luta  contra uma meio ambiente hostil onde ser caça ou caçador dependia essencialmente  do esforço coletivo.
   Com o passar do tempo os agrupamentos se ampliaram e se interligaram de tal forma que regras de convivência (Códigos Jurídicos, Sistemas Políticos, Sistemas Econômicos etc.) passaram a ser indispensáveis para o bem estar da coletividade.
   A aplicação destas regras e suas modificações para atender uma sociedade em constante evolução com o passar dos tempos, deixaram alguns ensinamentos quanto a forma de atacar problemas similares ainda por vir.
   Os sistemas políticos mais eficientes no atendimento das necessidades do povo e consequentemente de maiores períodos de estabilidade foram os que admitiam o contraditório (mais de uma opinião) na formulação da política.
   Este conceito é tão universal que, ao tomarem o poder em 64, os militares se empenharam a fundo para que o MDB fosse criado como partido de oposição. O General Castelo Branco só foi atendido após vários apelos dirigidos aos políticos da época.
   O período difícil pelo qual passou a democracia em nosso país, deve motivar a todos para lutar contra o perigo real e imediato de pela primeira vez em nossa história o Brasil ficar sem oposição.
   O desmonte do DEM para a criação do PSD que se alinhará com o governo é a primeira badalada do sino que anuncia a morte da democracia.
   Um governo desprovido de oposição administrará às cegas e com muito mais chances de errar.
   Não releguem o executivo à mais abjeta solidão, vamos restabelecer o contraditório em nossa política.

3 comentários:

  1. Essa política “de uma nota só” toma força, principalmente, pelo poder e força econômica exagerada na mão do Governo Federal. Enquanto a União centralizar a receita tributária e os estados e municípios tiverem de ir à Brasília de “pires na mão” para pedir a liberação dos recursos que são seus de direito, essa condição permanecerá.
    A reforma tributária, não só para diminuir a carga tributária sobre o cidadão e da linha de produção-emprego, é necessária para o fortalecimento da democracia pela independência nas forças de governo/oposição, executivo/legislativo/judiciário e união/estados/municípios. Esse equilíbrio só deve preocupar ao feudalismo da união
    Gde Abs
    Roberto

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  2. Este longo comentário abrange assuntos de: Solidão e Lista fechada.

    Pobre democracia à brasileira... Manipulada, loteada, retalhada e distorcida por nossos representantes, que ao se elegerem batem no próprio peito para que seus atos tenham o peso e a importância relativa de seus milhões de votos compulsórios, angariados em ciclos de 2 anos e aparentemente, nos últimos ciclos, percebemos a inexistência de partidos políticos capazes de exercer oposição, minimamente qualificada, ao rolo compressor da maquina governamental.
    Em um paralelo ao mercado de trabalho, empresas (partidos políticos) sem clientes (eleitores interessados), e estabilidade em seu caixa (votos), tendem a perder seus colaboradores para a concorrência, assim a dança de políticos trocando de partido é uma lógica de mercado.
    A atual tentativa de reforma política, esta repleta de mudanças de relevância duvidosas e de alguns grandes equívocos que agridem de forma arrasadora o que podemos classificar, para alguns, como “bom senso político eleitoral”, ex: voto em lista, que fatalmente afastara aquele pequeno numero de votantes que acreditam que o voto não é apenas uma obrigação.
    Passados quase 7 meses da eleição de 2010, os 5 maiores partidos nacionais e o TSE ainda não “se acertaram” com uma diferença de R$ 31 milhões em gastos sem a respectiva receita para tal, no caso da eleição para Presidente a diferença é de R$ 27,4 Milhões (fonte: Débora Santos do portal G1, em 05/05/2011), ou seja, 88% das pendências esta concentrada entre os dois partidos que detém o poder no país nos últimos 17 anos. Não acredito que financiamentos públicos de campanha vão resolver esta pratica tão recorrente nos processos eleitorais no Brasil.

    Até quando vamos continuar sentados nesse caixote de dinamite?... Pobres Coiotes!

    Abs,
    Eduardo

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  3. Eduardo
    Sem partidos de verdade tudo fica mais difícil mas alguma reforma deve sair para iniciar o processo
    Alberto

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